Características da Inovação Fechada e da Inovação Aberta

Os conceitos de inovação aberta começaram a ser difundidos a partir de 1999, com a publicação dos primeiros artigos de Henry Chesbrough

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Este artigo faz parte da dissertação de mestrado de Daniel de Moraes Rodrigues, sócio da Pieracciani.

Os conceitos de inovação aberta começaram a ser difundidos a partir de 1999, com a publicação dos primeiros artigos de Henry Chesbrough sobre o tema. Apesar de já existirem outras pesquisas nessa área, o autor se tornou uma referência pela forma como compilou e organizou essa abordagem de inovação (Chesbrough, 2003).

Tradicionalmente, o modelo de inovação adotado pelas grandes corporações do século XX era um modelo de inovação fechada. Nele, a filosofia era de que, para se ter inovações de sucesso, é preciso controlar todo o processo. As organizações têm que gerar suas próprias ideias, desenvolver, fabricar, vender e distribuir (Chesbrough, 2003b). 

Nesse cenário, para que as empresas se mantenham competitivas, é preciso investir alto no seu departamento de Pesquisa & Desenvolvimento, contratando os melhores profissionais. Graças a esses investimentos, as organizações conseguem descobrir as melhores ideias e chegar ao mercado antes de suas concorrentes. Todo conhecimento é protegido por severas políticas de propriedade intelectual e os departamentos de pesquisas são vistos como estratégicos e cercados de sigilo. Em resumo, as empresas se comportam como entidades autônomas e isso é o que gera altos lucros (Chesbrough, 2003).

A vantagem competitiva, na perspectiva da lógica da “inovação fechada”, está alicerçada nos conceitos de construção de barreiras efetivas para os demais competidores, e para a obtenção do preço prêmio, na estratégia de diferenciação (Carvalho, 2009). De acordo com Chesbrough (2004), o modelo de “inovação fechada” pode ser explicado por meio da metáfora do xadrez, no qual o jogador, que conhece o seu cenário e sabe como o outro jogador pode se comportar, consegue se planejar e controlar o andamento do jogo.

A transição de muitas empresas do modelo fechado para o aberto aconteceu principalmente devido ao aumento da mobilidade do conhecimento e do private venture capital. A partir disso, surgiram novas firmas e a comercialização das ideias se espalhou para fora dos silos das organizações. Aquelas companhias fechadas em si mesmas foram ultrapassadas por corporações mais ágeis e abertas, capazes de expandir seus tentáculos intelectuais para além das fronteiras internas. Hoje, quem descobre uma tecnologia não necessariamente lucra com seu investimento, enquanto que aquela que lucra nem sempre reinveste na Pesquisa e Desenvolvimento (P&D).

A inovação aberta pode ser vista como uma abertura dos muros corporativos. A empresa comercializa suas ideias em nível interno e externo, podendo fazer o mesmo com o seu desenvolvimento, acionando o mercado como parceiro. As ideias que não estão relacionadas ao negócio original podem se transformar no embrião de novas empresas ou serem licenciadas por meio de acordos. Da mesma forma, ideias de fora podem ser incorporadas ao negócio, gerando novos produtos. 

Chesbrough e Appleyard (2007) propõem que a base para a obtenção de vantagens competitivas depende das comunidades, ecossistemas e redes de inovação, que devem criar valor e trazer benefícios coletivos. Em resumo, as fronteiras entre a firma e o seu ambiente são mais porosas, permitindo que a inovação se mova facilmente entre os dois ambientes. A inovação aberta é baseada na abundância de conhecimento e sua utilização adequada pela empresa que o criou. O modelo de inovação aberta pode ser explicado por meio da metáfora do pôquer, no qual ninguém tem todas as informações e a decisão do que fazer se dá a cada rodada do jogo (Chesbrough, 2004).

Capítulo três da dissertação “Laboratório de inovação do varejo: um estudo de caso da concepção ao primeiro ciclo de atividades”, de Daniel de Moraes Rodrigues.

Bibliografia:

Carvalho, Marly Monteiro de. (2009). Inovação: estratégias e comunidades de conhecimento. São Paulo: Atlas.

Chesbrough, H. (2003). The Era of Open Innovation. MIT Sloan Management Review.

Chesbrough, H. (2003b). Open Innovation. Boston: Harvard Business School Press.

Chesbrough, H. (2006). Open Business Models: How to Thrive in the New Innovation Landcape. Boston: Harvard Business School Press.

Chesbrough, H. (2012) Inovação Aberta: como criar e lucrar com a tecnologia. Porto Alegre: Bookman.

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